
O investimento em marketing de influência no Brasil está vivendo um verdadeiro boom. Dados recentes mostram que a alocação de verbas para campanhas com criadores de conteúdo está em uma trajetória ascendente e, para muitas empresas, atingiu um patamar robusto, com orçamentos que dobraram em apenas um ano. Esse crescimento não é aleatório; ele reflete uma mudança estratégica profunda no mercado, onde as marcas buscam uma conexão mais autêntica e eficaz com seus públicos.
Uma pesquisa detalhada sobre o tema revelou que mais da metade dos anunciantes, cerca de 57%, já planeja expandir seus investimentos neste canal ao longo de 2025. O mais notável, no entanto, é o aumento dos chamados orçamentos “robustos”. Enquanto em 2024 apenas uma parcela menor das empresas investia valores acima de R$ 5 milhões, agora esse número dobrou, alcançando 12% dos anunciantes. Esse salto significativo demonstra a consolidação do marketing de influência como um pilar central e não mais um complemento tático.
Para as empresas que lideram esses investimentos milionários, a estratégia vai muito além de ter um rosto famoso para endossar um produto. As prioridades são claras: 70% delas buscam a amplificação da marca e a tradução de mensagens complexas de forma acessível. Atingir novas audiências é outro objetivo crucial, com 60% dos grandes investidores focando nessa meta. O estudo aponta ainda para uma correlação direta entre o nível de investimento e a satisfação com a estratégia. As companhias que investem mais de R$ 1,5 milhão demonstram uma satisfação notável, com uma pontuação de 80, enquanto aquelas com orçamentos menores, de até R$ 300 mil, ficam em 61. Isso sugere que a robustez do investimento permite estratégias mais sofisticadas, que geram resultados mais palpáveis e, consequentemente, uma maior confiança na parceria.
A crença na eficácia do canal não se limita aos orçamentos. A grande maioria dos líderes de mercado, cerca de 75%, acredita que a colaboração com influenciadores entrega resultados que seriam inalcançáveis por outros meios de comunicação. O poder de criar narrativas genuínas, de construir uma comunidade em torno de um produto e de inspirar ações por meio de conexões pessoais é algo que a publicidade tradicional muitas vezes não consegue replicar. Essa autenticidade é o motor que impulsiona o engajamento e a conversão, justificando o retorno sobre o investimento.
Essa mudança de paradigma também é visível na preferência por plataformas. Houve um crescimento notável no interesse por criadores de conteúdo no YouTube, com o investimento nessa plataforma saltando de 29% para 37%. Essa tendência reflete a valorização de vídeos mais longos e detalhados, que permitem aos creators aprofundar-se em um tema, oferecendo análises e resenhas que constroem uma confiança ainda maior com a audiência. Além disso, as marcas estão equilibrando as campanhas pontuais, que ainda predominam, com colaborações de longo prazo, buscando uma abordagem mais perene e eficiente que constrói relacionamentos duradouros, tanto com os influenciadores quanto com o público final.